Discoteca

Não sei o que me estava a dar. No que estava eu a pensar: trazer uma aluna comigo até uma discoteca?
Algo de errado se passava comigo, mas esquecia tudo quando estava perto de Elisabeth.
Dava para perceber que o sitio estava destino a adolescentes. O ambiente era muito colorido, e o ritmo da música era o mais techno possivél. Já não me metia em bares destes à algum tempo.
Fomos até uma das mesas mais afastadas do centro da discoteca, e sentámo-nos. - Acho que tenho de dizer obrigado pela companhia.

Sentámo-nos e deixei o meu casaco à entrada, sorrindo para ele. Não estava à espera que viessemos a um sitio destes mas, bem, era excelente.
- Só aceito esse "obrigado " se vieres dançar comigo. - E soltei uma gargalhada, atando a camisola num laço de lado, mostrando o umbigo e o piercing , nele mesmo. Puxei-o por uma mão e arrastei-o para o meio da pista.

- Dançar? - Arqueei a sobranelha, olhando de soslaio para a o centro da pista. Muito agitado, muita confusão, muita gente nova. Não parecia o sitio indicado para mim. Elisabeth já se preparava para a minha resposta, quase que antevendo-a. Agarrou-me pela mão, quando segundos antes me fez retesar só de ver o seu piercing no umbigo. Quando dei por mim, já estava no meio daquela multidão.
- Isto é de loucos - Tive de gritar, para que ela me ouvisse.

Soltei uma gargalhada e comecei a dançar, puxando-o para que não ficasse parado. Lá consegui que se mexesse um pouco, mas não arranquei muito mais.
- Anda, vamos beber alguma coisa. - E, novamente, peguei-o pela mão.
Remexi no cabelo e olhei para ele, sorrindo. Oh god, isto era de loucos..
Pedimos as bebidas-

- Uma Vodka preta - Pedi. Olhei para Elisabeth em dúvida. Ela era menor, logo não podia beber alcool. Se bem que eu achasse que ela podia contornar as regras, e que fa-lo-ia.

Olhei para Vane e sorri, pedindo o mesmo. O empregado olhou-me de soslaio, mas rapidamente lhe fiz um olhar que o fez repensar ideias.
Peguei no copo e estiquei-o para cima, colocando-me de frente para ele.
- Ao destino? - E sorri.

- Ao destino - E brindámos. Os nossos olhares cruzaram-se, não se despegando.



(vou ter de sair)

Dei um gole enorme, nunca tirando os olhos dele. Estava mais que cativada. Não, Liz, não vais beijá-lo. Ou, podes..
Inconscientemente, dei um passo em frente. Bebi pela palhinha, não conseguia tirar os olhos dele.
- ..Que teima em juntar-nos. - E entreabri os lábios, pensando se sim ou não. Sim ou não..

(nao faz mal, continuamos depois )

A distância entre nós parecia diminuir a cada segundo. A vontade que tinha de colar os meus lábios aos seus deixava-me tonto. Tentei controlar-me, mas nem o olhar consegui desviar dela.
Estavamos agora a meros centímetros um do outro. Uma distância perigosa, que não tinha a certeza de conseguir afastar.

Não pensei em nada, deixei-me levar pelo instinto. Pousei o copo na bancada e pousei as mãos no seu peito coberto pela roupa. Inalei o seu aroma e fechei os olhos, sorrindo e olhando para ele. Isto era tão errado, mas neste momento nem ligueii.
-Shh Não digas nada. – E , suavemente, capturei os seus lábios para um beijo. Coloquei as mãos na nuca do seu pescoço, puxando-o para mais perto para podermos aprofundar o beijo.

Deixei-me levar pela sensação doce e exótica dos seus lábios. Envolvi-me no beijo, mesmo om uma vozinha na minha cabeça a dier que isto era bastante errado. Depois de algum tempo, e a custo, despeguei os nossos lábios. A distância ainda era pouca. Olhei para os seus olhos, e sorri.

Ficámos a fitar-nos durante algum tempo. Isto fora bom, sim mas não podíamos correr o risco de alguém do colégio nos ver. Sorri-lhe e olhei para todo o lado, vendo que algumas pessoas nos fitavam. Saímos dali o mais rápido possível e ficamos num local mais afastado.
- Estavam a olhar muito para nós. - E arrepiei-me, não queria estragar-lhe o emprego.
Sorri e mordi o lábio, puxando-o para mais um beijo, desta vez carregado de intensidade.

Saímos por uma das portas laterais da discoteca, estando agora numa rua onde o ruido interior da discoteca era minimo.
Fitei-a, uma vez mais. Por ela , queria desafiar todas as minhas regras.
E ela as delas. Beijou-me, e entreguei-me ao beijo como que ós fossemos apenas pessoas. Nada de professor, nem nada de aluna.
- Isto é bom... Mas...

Suspirei e encostei-me ao muro que a rua continha.
- Mas somos professor e aluna, eu entendo. -E engoli em seco.
A verdade é que gostava muito de estar com ele, e se ninguém descobrisse.. não me importava nada de o conhecer melhor.

- Exacto - Disse sem cerimónia. Era nestas alturas que pensava que tinha escolhido mal a minha profissão.
Suspirei e fitei-a novamente. Desejava-a. Fosse aluna, quer não. Mas isso não era o único problema, ela também era menor.
- Parece que o destino é dificil de compreender.

Inspirei fundo e voltei para junto dele.
- Se tu quiseres, eu sei manter segredo. Nunca iria dizer nada que te prejudicasse. –E penetrei o seu olhar, mostrando-lhe que falava a verdade. Quando olhei detalhadamente para o seu corpo, mordi ligeiramente o lábio e vi que os meus pensamentos estavam a distanciar-se daqui. Abanei a cabeça.
- O que quero dizer é que gosto de estar contigo, vá isto ter o rumo que tiver. O destino pode ser aliado se quisermos, não tem de ser sempre fácil.

À medida que ela falava, a ideia até podia ser fácil
- Eu acredito em ti. Mas isto... esta atracção... Se estiveres comigo podes arranjar problemas, Nunca fui bom para ninguém.
Ou ninguém para mim, pensei. Nem depois de me ver livre das drogas, consideravam-me bom. Tal efeito percebi, depois de ter sido abandonado pela minha noiva.

Isto ia ser complicado. Mas afinal, tudo o que é bom não é fácil, certo?
- Acredita em mim, estou calejada de problemas. E acho que não devemos deixar esta atracção pairar no ar. - E sorri, tentando que ele relaxasse um pouco.
A verdade é que ele não imaginava a minha vida antes de ter vindo para o Fusion. A quantidade de problemas, abusos e tudo o mais.

- Então acho que... - Mirei o seu sorriso, belo e brilhante. Sim, queria vê-lo todos os dias. Provar os seus lábios quantas vezes quisesse - ... podemos tentar.

Mordi o lábio e sorri, sentando-me no muro e puxando-o, suavemente, pelo casaco para junto de mim.
- Vamos tentar. - E olhei-os nos olhos, perdendo-me neles.
Coloquei as mãos nos seus bolsos e beijei-o lentamente, saboreando tudo o que me oferecia.

Agarrei-a pelas ancas, puxando-a contra mim enquanto nos beijáva-mos.
- Isto pode parecer de loucos. Bem-vinda ao mundo - Disse, soando um pouco lunático. Estava feliz, como não estava há algum tempo. Não conseguia parar de sorrir.

O sorriso dele era algo inexplicável, cativante. Enrolei as pernas em volta do seu quadril, sentindo-o mais perto.
Devolvi-lhe o sorriso e soltei uma gargalhada.
-Ao mundo? - E dei-lhe um abraço, sorrindo e vendo que ele cheirava mesmo bem.

- Que o destino esteja do nosso lado - Desejei também.
Apertei-a contra mim, sentindo o seu calor. Pelos Deuses, ela era perfeita e incrivél.
E parecia um sonho. Do qual não queria acordar - Em que pensas?

(vou ter de sair)

A sua pergunta apanhou-me desprevenida, mas encostei-me mais no seu corpo, olhando para o céu e vendo uma estrela cadente. Sorri e fechei os olhos, pedindo um desejo.
-Estava a pensar que isto não podia ser mais surreal do que é. - E elevei a cara para o poder observar bem.
Ele era tão bonito.. e onze anos mais velho.

(no problem (: )