Supermercado

Nem me preocupei em mudar de roupa, estava confortável assim e sentei-me no banco à frente do supermercado à espera de Vane. Esta relação era deveras estranha mas eu gostava.

Saí do colégio no meu carro e fui até à cidade.
Discretamente entrei no supermercado e fui até Elizabeth que estava sentada num dos bancos da entrada - Hey.

Vi-o e sorri, olhando para todo o lado, ninguém do colégio estava ali. Puxei-o para um beijo e olhei-o.
- A nossa sorte é eu tomar a pílula, senão estávamos tramados. - E remexi no cabelo, trazendo-o comigo para o corredor dos shampoos, agarrando num e indo para os preservativos.
-Alguma preferência? - E mordi o lábio, sedutoramente.

Comprrendi o que ela queria dizer. Eu, sendo adulto e mesmo professor, deveria ter juizo mas isso ainda parecia faltar.
Acenei, um pouco embaraçado, concordando com ela. - Nenhum, só têm de ser do tamanho certo - Respondi, mordendo o lábio
As pessoas que passavam à nossa volta lançavam olhares inquisidores e não sabia nada bem.

As pessoas olhavam como se estivéssemos a comprar armas, o que me deixava irritada. Pior fiquei quando, já com a caixa de preservativos na mão, uma senhora já com idade me veio abordar. Vane estava entretido a ver outras coisas e nem dei pela senhora chegar.
- Não tem vergonha a menina? Tem idade para ser seu pai! - E virou costas.
Fiquei paralisada e engoli em seco, abanando a cabeça. - Vamos pagar. - Disse a ele, ainda afectada com o comentário e os olhares que as pessoas mandavam. Se ao menos eu fosse maior de idade..

O ambiente dentro do supermercado estava muito, muito estranho e desconfortavél.
Pagámos e saímos até ao exterior. Fiquei calado porque não tinha nada a dizer acerca daquilo. Era tão insuportavél para mim como para ela.

Saímos do supermercado e guardei na mala o que comprara. Caminhámos em silêncio até um lugar mais afastado de todos. Sentei-me e acendi o cigarro. Ele não fez esforço nenhum para falarmos, o que me deixou inquieta.
- Não sabia que ia ser assim. - Disse.

Se tinha sido assim já com pessoas com não sabia que erámos professor e aluna, então imaginei como seria se fossemos descobertos em pleno Fusion. Era certamente o fim da minha carreira profissional. Talvez devesse considerar os riscos, que eram muitos mais do que os nenfeicios, mas simplesmente não conseguia.
- Foi muito estranho. Vamos só afastar-nos daqui.

- Vamos. - Disse, simplesmente, apagando o cigarro. Levantei-me e ajeitei a roupa, olhando para ele. Sorri e dei-lhe um pequeno beijo no canto do lábio.
Vane levou-nos para o carro e guiou para um local mais afastado de toda a gente que pudesse ver-nos.

(escreve onde quiseres agora)